”Alexandre Fraga nos dá, neste livro, uma demonstração de seu poder narrativo, aliado à capacidade que tem de criar personagens e abrir caminhos nos pantanais do submundo. (...) Importante na literatura de Alexandre é seu permanente oscilar entre o sagrado e o profano, o lógico e o contraditório, o socialmente correto em oposição ao obscuro, à verdade que se confunde com a mentira, nas cores da simulação e do ódio. Um autor que tem tudo para colocar-se na galeria dos nossos melhores escritores."
JOSÉ LOUZEIRO, autor de Pixote, A Infância dos Mortos e Lúcio Flávio, o passageiro da agonia
Prepare-se para encarar um autêntico thriller carioca, uma espécie de longa-metragem literário, em que a facilidade do autor de criar imagens e ambientes fascinantes vem aliada ao seu conhecimento da alma humana, numa narrativa objetiva e cativante, onde o suspense não oferece trégua ao leitor.
Uma antiga casa no Alto da Boa Vista como palco de uma bárbara disputa entre irmãos; um bordel de luxo num subúrbio carioca, onde um policial embusteiro e um tira traído, velhos conhecidos, encontram-se para um acerto de contas; um suicida desprezado pela morte, vagando por bares e esquinas, sobrevivendo com seu insistente e vencedor taco de sinuca; um vingador que, após eliminar criminosos da cidade, comparece aos seus velórios, urina sobre o cimento fresco das sepulturas e redistribui as flores dos receptáculos; uma rinha sul-americana entre um galo paraguaio e um brasileiro, lutando num ringue de cordas de fogo no topo de um morro. E uma igreja que será esquecida por Deus, ao menos por um dia...
"— Não fica assim, não. Veja só, podia ser bem pior (...) Olha, eu aperto a sua mão - disse Basílio, segurando a mão direita de Ado e esfregando-lhe os dedos, cinicamente (...)
Ado não sabia o que estava fazendo, nem por quê. Ao decifrar que sua hora havia chegado, não sentiu ódio nem rancor daquele velho louco. Apenas apertou a mão do homem o mais forte que pôde, reconhecendo que, no leito de morte, a coisa mais importante é a companhia de alguém, ainda que seja a do seu algoz."
Ado não sabia o que estava fazendo, nem por quê. Ao decifrar que sua hora havia chegado, não sentiu ódio nem rancor daquele velho louco. Apenas apertou a mão do homem o mais forte que pôde, reconhecendo que, no leito de morte, a coisa mais importante é a companhia de alguém, ainda que seja a do seu algoz."
O carioca Alexandre Fraga nasceu em 1973. Formado em Direito pela UFRJ, ele também é autor de Canibal de Copacabana, publicado em 2008 pela PTK Livros.