quarta-feira, 9 de julho de 2008

PREFÁCIO DE "1932 - UMA AVENTURA OLÍMPICA NA TERRA DO CINEMA" POR LÉDIO CARMONA


Lédio Carmona, comentarista do SPORTV e autor de um dos blogs mais acessados e comentados na globo.com, escreveu a orelha do nosso mais novo livro, 1932 - uma aventura olímpica na terra do cinema. Confira:
Quantos livros já foram escritos sobre a história dos Jogos Olímpicos? E quantos já se propuseram a narrar a participação brasileira na maior competição esportiva do mundo? Dezenas. Centenas. Milhares. Nesse momento, com certeza, alguém deve produzir algum com a mesma dedicação com a qual um atleta treina meses para consolidar a sua trajetória.
Aí está a diferença da nova proposta do olímpico Tiago Petrik. “1932, Uma aventura olímpica na terra do cinema” não é mais uma obra qualquer sobre o legado do Barão de Coubertin. Numa época rica de livros, revistas, jornais, sites, blogs e programas de TV, o autor surpreendeu. Escreveu mais sobre o mesmo e conseguiu conquistar o novo, o diferente e o surreal. Talvez tenha conseguido o feito de bater o recorde de descobertas sobre uma única edição dos Jogos Olímpicos num espaço tão pequeno de folhas (!).
Da desconhecida Klopstokia ao marinheiro-corredor Adalberto Cardoso, o novo salto do escriba merece uma medalha de ouro por fugir do óbvio e do trivial das obras do gênero. Petrik, com quem já tive o prazer de colaborar num outro projeto olímpico, desta vez prende, amarra e seduz ainda mais o leitor. É como se estivéssemos a bordo do Itaquicê, ou na Vila Olímpica de Los Angeles, a degustar os 45 tipos de pães e as 35 variedades de queijos à disposição dos passageiros. É isso: para quem está acostumado às passadas lentas da literatura olímpica, uma ducha com uma das 48 temperaturas dos chuveiros da vila pode servir para despertá-lo.
Aí está o segredo de “1932, Uma aventura olímpica na terra do cinema”. É diferente e novo, como tudo naquela época. Como a Hollywood dos anos 30. Fala de esporte. De política. De cinema. De economia. De mulheres. De mitos. De lendas. Sem ser monótono. Sem ser didático-pedante-cansativo. Sem querer ser mais um candidato a fonte da fonte da fonte olímpica. Como todo atleta que se preza (e normalmente tem sucesso), o caminho contrário à pretensão foi fundamental.
Mas bem que poderia posar de pretensioso. E com justa razão. O livro que vocês conhecerão tem a saudável audácia de reconstruir o início da história olímpica brasileira.
Como? É exagero?
Claro que não.
Ou vai dizer que você conhece um certo Francis Leroy Holmes?
Pois é.
Divirta-se.
Vale a pena.

LANÇAMENTO PTK! 1932 - uma aventura olímpica na terra do cinema


No dia 25 de junho, o Itaquicê deixou o porto do Rio. Carregava 55 mil sacas de café, vários tonéis de cachaça, 360 passageiros, 51 soldados-músicos, 82 atletas e a esperança de um país. Ia em direção a Los Angeles, onde seriam realizados os Jogos Olímpicos. Só mesmo Hollywood para conceber aquela festa, quando o resto do mundo morria ou se matava. Era o auge da Grande Depressão, e o esporte criava sua Ilha da Fantasia. Em plena Lei Seca, a bebida brasileira fartava a quem podia, em festas memoráveis animadas pela Banda do Regimento Naval. No mundo real, estourava a Revolução Constitucionalista, e o café brasileiro já não valia nem os fósforos que queimavam os excessos de safra. Falida, a “nave da esperança” se tornou uma prisão: boa parte dos atletas não pôde desembarcar na cidade olímpica, por falta de verbas. Quem conseguiu foi acolhido pelo fracasso – esportivamente, nunca conseguimos resultados tão ruins. Mas também nunca tantas e tão boas histórias. Como a do marujo Adalberto Cardoso, um dos prisioneiros do Itaquicê, que percorreu 450 quilômetros para correr outros dez. Ou a do time de water-pólo, que aplicou a maior surra de que se tem notícia na história dos Jogos: uma surra no árbitro. E também a das mulheres, que enfrentavam o preconceito e até mesmo homens... 1932 – uma aventura olímpica na terra do cinema traz drama, violência e comédia. Tudo sem ficção. A história tem ainda um flashback até 1908, em que o autor revela a saga do primeiro brasileiro olímpico. Para saber o final, só lendo o livro.